Levantamento de dados realizado pela FCDL/MT registra saldo positivo de criação de vagas formais em Mato Grosso

PANORAMA DO COMÉRCIO MT

A primeira edição do Radar do Comércio de 2024 destaca o número de vagas criadas pelo comércio de Mato Grosso em novembro de 2023. Conforme os dados levantados pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL/MT), os meses de outubro e novembro registram um número maior de vagas formais criadas, refletindo o aumento de demanda observado no fim de ano, sobretudo no setor de serviços e no comércio. Em 2023 não foi diferente. Dados do CAGED mostram que, em novembro, o comércio local registrou o maior saldo de vagas formais criadas desde o início do ano, com saldo de 1.333 empregos formais criados. Observa-se ainda que, em novembro, apenas o comércio registrou saldo positivo de criação de vagas, enquanto os demais setores apresentaram saldo negativo, indicando que as demissões superaram as contratações.

E o que dizer sobre as vendas durante as datas comemorativas mais importantes para o setor do comércio?

Os dados do IBGE ainda não cobrem o mês de dezembro. Em novembro, constatou-se um crescimento de 2,1% nas vendas do varejo ampliado, na comparação com o mês imediatamente anterior. No comércio varejista, o avanço foi de 0,5%.

Ampliando o horizonte de análise, as vendas do comércio ainda crescem no estado, mas o ritmo é menor do que o observado em 2022. O comércio local passa, em suma, por uma moderação do ritmo de crescimento.

Segundo o presidente da federação das CDLs de MT, David Pintor, os dados importantes sobre os demais setores estão destacados nesta edição do Panorama. “Merecem destaque as perspectivas para o setor agrícola do estado. De acordo com IBGE, a produção de grãos deve cair em 2024, refletindo as adversidades climáticas que afetam a região Centro-Oeste. Devido à importância do Agro para a economia local, esses dados continuarão sendo monitorados, pois podem ser decisivos para o desempenho de Mato Grosso em 2024”, disse.

VENDAS DO VAREJO

Dados do IBGE mostram que, em Mato Grosso, de janeiro a novembro de 2023, as vendas do comércio varejista cresceram 2,7%. A comparação é com  o mesmo período de 2022. Na comparação entre novembro e outubro, o avanço foi de 2,1%. O comércio varejista é uma segmentação do IBGE que desconsidera as vendas de atividades mais específicas.

Não estão contemplados no comércio varejista as vendas de automóveis, motocicletas e peças automotivas, bem como as vendas de materiais para construção e as vendas de atacadistas de alimentação e bebidas. Essas atividades estão contempladas no conceito do varejo ampliado, que registrou crescimento de 2,7% das vendas no acumulado do ano. Os dados do IBGE mostram, em suma, que a atividade comercial segue crescendo no estado, mas a um ritmo menor do que o observado anteriormente. Para comparação, em 2022, as vendas do varejo ampliado cresceram 6,1% no estado.

INDÚSTRIA E SERVIÇOS

As projeções para o setor agropecuário indicam queda da produção pelo segundo ano consecutivo no estado. Motivada por fatores climáticos, a quebra da safra vem pautando entidades do setor agropecuário. De acordo com o IBGE, a produção de grãos do estado deve recuar 14,6% na comparação entre 2024 e 2023, enquanto no país o recuo esperado é de 2,8%. Esses dados devem ser monitorados devido à importância do setor para a economia local. Até o momento, os demais setores mostram um bom desempenho, mas podem ser afetados no caso de uma queda mais acentuada do setor agropecuário. De acordo com o IBGE, no acumulado de janeiro a novembro de 2023, a alta do volume de serviços prestados no estado foi de 17,0% no estado, muito acima da média nacional. Já a alta da produção industrial foi de 5,4%.

TRABALHO FORMAL (CAGED)

De acordo com dados divulgados pelo CAGED, em novembro de 2023 o comércio de Mato Grosso registrou saldo de 1.333 vagas criadas. No mês, o comércio foi o único setor do estado a registrar saldo positivo de criação de vagas formais. Nos demais setores, o saldo de criação de vagas foi negativo, indicando que as demissões superaram as admissões. Em outubro de 2023, o setor do comércio já registrara um saldo expressivo, com a criação de 1.095 vagas formais, o que reforça a hipótese de que as contratações foram impulsionadas pela mão de obra temporária. No acumulado do ano, isto é, de janeiro a novembro de 2023, o saldo de vagas criadas pelo comércio foi de 7.869. Por fim, considerando o conjunto de todos os setores do estado, o saldo de criação de vagas em Mato Grosso foi de -4.178 em novembro de 2023.

MERCADO DE CRÉDITO

De acordo com dados do Banco Central do Brasil, o saldo de crédito destinado a pessoas jurídicas (PJ) de Mato Grosso segue crescendo a taxas expressivas. Em outubro de 2023, o valor em aberto das operações de empréstimos e financiamentos destinados às empresas avançou 15,7% na comparação com outubro de 2022. No segmento de pessoas físicas, o saldo de crédito registrou crescimento de 9,7% no estado, acima da média nacional. Nos dois casos, o ritmo de crescimento do crédito ficou bem acima da média nacional. Em termos absolutos, o saldo de crédito às famílias chegou a R$ 136,2 bilhões, enquanto o saldo de crédito às empresas alcançou R$ 71,6 bilhões. Esses números dão uma dimensão da importância do crédito para a economia local. Por fim, a taxa de inadimplência bancária de Mato Grosso, medida como a proporção do saldo das operações com atraso de mais de 90 dias, segue abaixo da média nacional.

INFLAÇÃO (IPCA)

Em 2023, a inflação oficial medida através do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 4,7% na região Centro-Oeste. O resultado ficou ligeiramente acima da média nacional. Nos últimos anos, observa-se que a inflação medida nessa região chegou a 10,0% em 2021, recuando para 5,4% em 2022. No país como um todo, o detalhamento do IPCA por grupos de bens e serviços mostra que os itens de “Educação” apresentaram a maior alta de preços (8,2%), seguidos pelos itens de “Saúde e cuidados pessoais” (7,9%). Na outra ponta, a menor variação dos preços foi observada nos itens de “Artigos para residência” (0,2%). Por fim, o IGP-M, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou queda de 3,18% em 2023. Esse índice considera a evolução de preços aos produtores, diferentemente do IPCA, que considera apenas os preços de bens finais.

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