Número de empregos formais continua positivo em Mato Grosso

Número de empregos formais continua positivo em MT, porém Pesquisa da CDL Cuiabá revela que 33% dos empresários da capital estão com vagas em aberto

Nos últimos anos, a economia de Mato Grosso tem apresentado um crescimento significativo em vários setores, como agricultura, pecuária, indústria, comércio e serviços. No entanto, essa expansão tem sido prejudicada pela falta de atratividade e de profissionais capacitados para suprir a demanda existente. Por mais que o Estado apresente no acumulado do ano, conforme dados do CAGED fechados em maio, 29.571 novos empregos gerados, empresas dos mais diversos segmentos estão enfrentando dificuldades para preencher vagas, o que afeta diretamente o funcionamento e o crescimento de negócios.

Diante desse problema, que inclusive tem sido tema de inúmeras reuniões de entidades representativas de setores econômicos mato-grossenses, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá) realizou uma pesquisa através do seu Núcleo de Inteligência de Mercado. O objetivo é contribuir com informações, identificando oportunidades e ameaças, além de cooperar com novas estratégias comerciais de crescimento no mercado local.

Para a realização da pesquisa, o Núcleo entrevistou 120 empresários de diversas atividades empresariais de comércio (64,90%) e de serviços (35,10%). Do total de entrevistados, 64,90% responderam que o quadro de colaboradores está completo e 33,30% disseram que está incompleto. Das empresas com o quadro incompleto, 70% delas estão com vagas de empregos em aberto.

Conforme o CAGED, em maio, do total de empregos formais (863.715) em Mato Grosso, o setor de serviços predomina com 34,21%, seguido pelo comércio com 27,27%, agropecuária (17,26%), indústria (15,75%) e construção (5,51%). No acumulado dos últimos 12 meses o saldo gerado de empregos formais apresentou crescimento de 5,90%.

Segundo o mesmo relatório do CAGED, quando analisamos somente a capital de Mato Grosso, os serviços e comércio predominam ainda mais, sendo serviços com 56,48% e comércio com 24,94%, somando 81,42% do total de empregos formais ativos (194.046). Comparando com o mesmo período do ano passado, Cuiabá apresentou um crescimento de 6,24%.

Conforme a pesquisa do Núcleo de Inteligência de Mercado da CDL Cuiabá, realizada na capital de Mato Grosso, os setores de serviços e comércio, líderes na geração de empregos formais no Estado e preponderante ainda mais em Cuiabá, estão com dificuldades de conseguirem pessoas para ocuparem vagas como de vendedores, instrutores, profissionais para áreas de limpeza e depósito, açougueiro, balconista, eletricista automotivo, motorista, auxiliar administrativo, auxiliar de vendas, cabeleireiro, manicure, gerente e outros.

O tempo em que a respectiva vaga se encontra em aberto está com média de pelo menos 54 dias, sendo acima de 60 dias (12,10%), de 31 dias a 60 dias (27,30%), de 16 dias a 30 dias (21,20%), até 15 dias (15,20%), porém 24,20% não souberam dizer o período exato.

Em relação a quais áreas que o empresário cuiabano tem mais dificuldade para contratar, a pesquisa revelou que a parte comercial/vendas é a mais lembrada com mais de 35% e que dentre as dificuldades encontradas nas ofertas de emprego abertas, encontra-se como destaque a falta de mão de obra qualificada (47,20%), seguida pela pouca procura de interessados (14,20%) pela vaga de emprego formal. A satisfação do empresário em conseguir atrair pessoas para entrevistas de trabalho tem sido abaixo da média, tendo a nota média de 5,65.

As estratégias do empregador têm sido diversas para tentar atrair pessoas para ocuparem as vagas em aberto, tendo como destaque principal à melhora de remuneração (27,80%), seguido por conceder mais prêmios e/ou benefícios (21,90%), melhor flexibilidade de horário (17,20%), carga horária diferenciada (16,60%), possibilidade de home office (1,80%), outros (9,50%) e apenas 5,20% disseram ainda não ter uma estratégia.

Referente a políticas de remuneração, 29,20%, afirmou que tem adotado melhores benefícios, gratificações, prêmios, comissionamento, salário acima da média de mercado, planos de incentivos e metas, divisão de lucros, entre outros.

Já sobre o que tem feito para manter o colaborador satisfeito, as premiações (22,30%) estão como principais, seguidas de treinamento/capacitação (21,20%), benefícios (20,70%), plano de cargos e salários (16,20%), flexibilidade de horário (10,60%), outros (6,70%) e não tem feito nada de diferente (2,20%).

Conforme o superintendente da CDL Cuiabá e responsável pelo Núcleo, Fábio Granja, Mato Grosso é um dos estados mais promissores do Brasil em termos de desenvolvimento econômico, porém a falta de mão de obra qualificada e atratividade de pessoas pelo mercado formal é um desafio que se apresenta como um grande empecilho para se melhorar ainda mais o seu crescimento.

“Essa é uma dificuldade que as empresas têm enfrentado em nível nacional e em especial em estados pujantes como é o de Mato Grosso. A pesquisa realizada na capital mato-grossense deixou ainda mais evidente a falta de mão de obra qualificada e a dificuldade em atrair pessoas para o mercado formal. Apesar de Mato Grosso possuir a terceira menor taxa de desemprego do país (4,5%), fica evidente que o número só não melhora devido à dificuldade em contratar. Praticamente todos os setores da economia estão precisando de pessoas para preencher o quadro de colaboradores, em destaque serviços e comércio da capital, onde mais de 33% das empresas estão com vagas abertas. Apesar da pesquisa ser com o empresário da capital mato-grossense, o percentual não difere das demais regiões do estado e do país. É um desafio que demanda esforços conjuntos do setor público e privado para gerar mais atratividade pela formalidade. Investimentos em educação, formação profissional e programas de incentivo são fundamentais para suprir essa demanda crescente e garantir o desenvolvimento sustentável do estado e sua população”, disse Granja, reforçando que “é imprescindível que sejam tomadas medidas efetivas para resolver essa questão, pois a falta de atratividade e de profissionais qualificados compromete o crescimento econômico de Mato Grosso e afeta negativamente a competitividade das empresas locais. A busca por soluções e o investimento no desenvolvimento de talentos são essenciais para superar esse desafio e garantir o futuro dos negócios”.

Fonte: CDL Cuiabá (Com assessoria)

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