Máscaras oferecem riscos à saúde pública, alerta especialista

“Especialista em Saúde Pública explica que a alteração no ritmo da respiração pode trazer sérios problemas”

O que já vinha sendo alertado por médicos e especialistas, agora conta com uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Na última quarta-feira (2), a entidade divulgou novas recomendações sobre o uso de máscaras como meio de prevenção da disseminação da covid-19, tendo como base novos dados científicos. A principal dela é o alerta para o uso durante atividades físicas, uma prática perigosa que ganhou adeptos a partir de decretos sem qualquer evidência médica.

Desde o início de 2020, especialistas e médicos alertam para os riscos à saúde do uso indiscriminado de máscaras como forma de proteção contra vírus. O pneumologista Wagner Malheiros disse tratar-se de algo preocupante: “se há 10 anos dissessem a médicos que no futuro iríamos tentar nos proteger de vírus com máscaras, eles iriam dar risada na nossa cara”, brinca.

No entanto, a obrigatoriedade de máscaras foi decretada em diversos países mesmo contra todos os conhecimentos médicos disponíveis. “Os critérios, ou melhor dizendo, a falta de critérios técnico-científicos para várias situações do cotidiano mostra que não passa de uma ação política, com viés ideológico gigantesco”, diz a especialista em saúde pública, Rejane Varela.

A diminuição da capacidade respiratória é uma das principais consequências danosas causadas pela máscara. A OMS, principal fonte de autoridade para as normas de governos, recomendou que as pessoas não usem máscaras durante atividades físicas, que podem “reduzir a capacidade de respirar confortavelmente”. Mas segundo especialistas, o risco vai muito além disso.

“Não existe comprovação científica de que o uso da máscara proteja 100% do contato com o vírus. Mas existem milhares de estudos científicos que comprovam os malefícios que a hipóxia, (baixa oxigenação) causa no sistema respiratório e cardiovascular”, explica a educadora física, Rejane Varela, que tem pós-graduação em Atividade Física e Saúde e mestre em Saúde Pública pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

“A hipoxia ocorre quando os tecidos não recebem ou não podem utilizar o oxigênio (O2) em quantidade suficiente para suas atividades metabólicas normais. O tamponamento da boca e nariz pelo uso da máscara, são dificultadores da entrada de oxigênio nas vias aéreas. Não é recomendável o uso da máscara em pessoas saudáveis, muito menos ao ar livre”, diz Varela e explica que o uso recomendado é restrito aos profissionais de saúde ou pessoas que apresentem sintomas como coriza ou tosse, que poderiam contaminar as pessoas em contato mais próximo.

A especialista em Saúde Pública explica que a alteração no ritmo da respiração pode trazer sérios problemas.

“Importante lembrar que na hematose, os alvéolos pulmonares eliminam gás carbônico e absorvem oxigênio. Esse processo ocorre constantemente no corpo humano, assegurando a oxigenação dos tecidos e a respiração celular nos diversos órgãos. Quando isso não acontece, algumas manifestações clínicas podem iniciar, tais como cefaléias e sonolência. Também podem estar presentes dispnéia, tosse, sudorese, desmaio, cianose, arritmias, taquicardia, tremores e convulsão. O quadro pode evoluir para um estado comatoso”, lembra.

“A baixa oxigenação causa acidose alveolar. A acidose respiratória é definida como uma acidose (redução do pH sanguíneo) resultante de uma ventilação reduzida dos alvéolos pulmonares, levando a uma alta concentração de dióxido de carbono (PaCO2)”.

A acidose respiratória é um problema clínico consequente da hipoventilação. Há uma produção acelerada de dióxido de carbono, com aumento de PaCO2 devido à insuficiência ventilatória imediata. A hipoventilação alveolar resulta em uma hipercapnia, que é o PaCO2 aumentado, que por sua vez reduz a proporção de HCO3−/PaCO2 e diminui o pH. Em outras palavras, a hipercapnia e a acidose respiratória ocorrem quando o problema na ventilação se estabelece e a retirada de CO2 pelos pulmões é menor do que a produção de CO2 pelos tecidos. Os doentes crônicos, são sem dúvida, os mais prejudicados com o uso irrestrito da máscara”, esclarece a especialista.

Recentemente, o governo de Santa Catarina manteve a obrigatoriedade do uso de máscaras “em todos os ambientes”, mesmo ainda sem evidências científicas.

“Obrigam usar máscara nas ruas ao ar livre, mas em restaurantes não precisa. Na minha opinião, esta é a medida mais bizarra. Você observa uma pessoa sem máscara dentro de um ambiente fechado se alimentando, e quando ela sai, põe a máscara. É inacreditável! A obrigatoriedade do uso da máscara é inconstitucional, pois não existe comprovação da sua eficácia, e portanto, não há justificativa plausível. Menos ainda quando falamos das multas que estão sendo aplicadas. Algumas, como no caso de Florianópolis, ultrapassando o valor do salário mínimo. É o mesmo que obrigassem todos a usar chapéu de palha porque o sol causa câncer de pele. E observe que neste caso, já existe até comprovação”.

Para o médico otorrino Carlos Nigro, que é doutor em ciências pela Universidade de São Paulo (USP), as recomendações de uso de máscaras em ambientes abertos sintetizam um verdadeiro absurdo e chama a atenção para a importância das atividades ao ar livre e do contato com o ar puro. “Quanto menos você usar máscara mais saudável você vai ficar. Claro, máscaras têm bactérias, tem as trocas gasosas”, recomendou.

O médico ressalta a importância da respiração saudável e chama a atenção para erros que vêm se tornando comuns em tempos de desinformação sobre saúde.

Este vírus não está assim na rua, que na hora que você está respirando alguém espirra e você já está em contato com o vírus na sua respiração normal. Não, a pessoa tem que estar próxima. Esse medo do ar puro tem que acabar”, enfatiza.

Os motivos da obrigatoriedade, para Nigro, são políticos e de controle social. Ele lembra que o uso da máscara tem um componente psicológico para não deixar as pessoas esquecerem da situação de emergência. Neste sentido, há a visão de uma necessidade de manter um estado de alerta. O clima de desconfiança e de doença mantém o medo das pessoas e este medo é o que as torna mais facilmente manipuláveis.

Fonte: Estudos Nacionais (Por Renato Cunha – estudosnacionais.com)

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