Assembleia Social entrega kits a 10 famílias atendidas pelo Caps do CPA para marcar o Setembro Amarelo

O repasse atendeu os pacientes de maior vulnerabilidade e contemplou orientações de valorização da vida, alimentos não perecíveis, cobertores e livros literários

Há muitas formas de acolher quem procura sentido na vida, quem está em aflição. A Assembleia Social, para marcar o Setembro Amarelo, estendeu o abraço a 10 famílias atendidas pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do CPA (região populosa de Cuiabá), por meio de um kit que garantia socorro para o corpo e para a alma.

A ação foi realizada na manhã de sexta-feira (18), entregou para kits formados por uma cesta básica, um cobertor (já para atender os meses de frio), quatro livros literários (clássicos sortidos para várias idades) e um folheto da CVV, elaborado em parceria com a Assembleia Social.

A unidade do Caps tem cadastrados 537 usuários, mas selecionou 10 pacientes para essa ação direta. “Convidamos as 10 famílias mais vulneráveis, cujo familiar tenha manifestado ideação suicida ou mesmo tenha tentado o ato”, explicou o gerente Élvio dos Anjos. O centro de atendimento psicossocial estava com as atividades coletivas suspensas e está retornando aos poucos, com número reduzido de usuários.

A equipe do Caps preparou o ambiente e um lanche para os convidados e a Assembleia Social repassou os kits preparados com doações de parceiros. “É o segundo ano que nos aproximamos deste Caps e, desta vez, decidimos fazer esta ação de atenção mais precisa. Foi feita uma triagem, essas 10 famílias recebem um atendimento psicológico e recebe hoje este afago, inclusive com livros, porque a gente acredita nesta transformação através da literatura”, contextualizou a diretora da Assembleia Social, Daniella Paula Oliveira.

O Setembro Amarelo, Mês de Prevenção ao Suicídio ou Mês de Valorização da Vida, é a campanha para orientar as pessoas a identificar quem esteja em aflição e sofrimento e esteja pensando em acabar com a vida (ideação suicida), na tentativa de acabar com a dor. É o período para se lembrar de como acolher e orientar para tratamento pacientes com depressão ou com outros transtornos psicológicos, que precisam de suporte para encontrar sentido na vida. “É um tema tão delicado, tão sensível, que mexe com o emocional das famílias mas, por mais doloroso que seja, a gente tem que falar, sem tabu e de forma consciente”, comenta Daniella Paula.

Ivanete Lins de Souza, ou Nete, como prefere, estava sorrindo com os olhos. Uma alegria estimulante, já que, meses atrás, se sentia tão profundamente tomada pela depressão que chegou a pensar em suicídio. “Eu tinha uma angústia muito grande e sentia que não servia para mais nada neste mundo”, conta. Mesmo assim, acredita ter sido salva por alguma força maior, porque “quando eu ia [tentar contra a vida], eu sentia que algo estava errado e caía no sono”.

Hoje, dona Nete se sente muito disposta e ativa. “Eu sinto vontade de viver, sinto que posso ajudar as pessoas, ser útil para alguém”, conta a usuária do Caps, que comemora os nove meses sem uso de psicotrópicos.

Sua rotina está bem diferente e vivaz! “Faço muita caminhada, muitos exercícios, faço artesanato de tudo e ainda sou voluntária no Lar dos Idosos!”, exclama sobre sua trajetória de superação e reconhece a importância do tratamento, que depressão é doença e precisa de uma rede de atenção.

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