Doença já contamina em 136 localidades e matou em outras 59, segundo dados da Secretaria de Saúde. O mais populoso é Carlinda, com 10.305 residentes, e o menor é Araguainha, com 935.
Sorte? Coincidência? Ou prevenção?
Nem as autoridades da Saúde nem os médicos que atuam na linha de frente contra o coronavírus têm resposta a esses questionamentos sobre a ausência do vírus num grupo reduzido de cinco pequenas cidades mato-grossenses, enquanto a pandemia contamina em 136 municípios e matou em outros 59.
Na sexta-feira (3), completou três meses a primeira morte pelo vírus em Mato Grosso.
Luiz Nunes, 54, gerente de supermercado em Lucas do Rio Verde (354 km ao Norte de Cuiabá) e que era hipertenso e diabético, morreu num hospital, depois de lutar contra a doença, que, em 19 de março, em Cuiabá, foi notificada pela primeira vez no Estado.
Avançando em todas as direções, vitimando nas cidades, campo e áreas indígenas, o coronavírus tem epicentro regional na capital mato-grossense.
A doença, até sexta-feira, matou 706 e contaminou 18.356, sendo que 6.985 se recuperaram, enquanto 10.002 se mantinham em isolamento domiciliar, com 525 hospitalizados – dos quais, 226 em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O grupo dos cinco municípios que não notificaram a doença é formado por Carlinda, Glória D’Oeste, Planalto da Serra, Torixoréu e Araguainha e tem 20.527 habitantes.
O mais populoso é Carlinda, com 10.305 residentes, e o menor é Araguainha, com 935.
A ausência de infectados é motivo de comemoração e não tem explicação.
Carlinda fica a 35 quilômetros de Alta Floresta, que é o polo regional nas divisas com Pará e Amazonas, e onde há registros de mortes e contaminados; é intenso o vaivém entre as duas cidades.
Planalto da Serra é o que se pode chamar de fim de linha, pois a cidade fica numa área isolada na região central de Mato Grosso.
Araguainha, no Vale do Araguaia, divisa com Goiás e próxima a Alto Araguaia, é o menor município mato-grossense, e alguns de seus moradores trabalham nas empresas ligadas ao terminal ferroviário em Alto Araguaia, onde há registros da doença e de óbitos.
Torixoréu, também no Vale do Araguaia, é separada da goiana Baliza pelo rio Araguaia; na margem oposta há casos da doença.
Glória D’Oeste, na faixa de fronteira, é a cidade mais próxima a Porto Esperidão, uma das áreas mais atingidas pela pandemia.
A referência regional de saúde pública para Carlinda é Alta Floresta; para Araguainha, Rondonópolis; para Torixoréu, Barra do Garças; para Glória D’Oeste, Cáceres; e para Planalto da Serra, Cuiabá.
Se os cinco municípios resistirão ao vírus ou até quando o farão, ninguém sabe.
Isso é tão desafiador quanto o fato de os mesmos se manterem imunes, em meio à pandemia.
Fonte: DC (Por Eduardo Gomes)