Após anos atrasada, Bolsonaro irá inaugurar trecho de transposição do Rio São Francisco no Nordeste

A demora na conclusão do Projeto de transposição do rio São Francisco se arrastava desde 2012

Em obras há mais de 13 anos, os 477 quilômetros da transposição do Rio São Francisco estavam com as obras atrasadas há mais de 7 anos . Prevista para ser inaugurada em 2012 e remarcada para 2016, esse ano a empreitada será finalizada com o governo Bolsonaro que retomou as obras a todo vapor e irá ao Nordeste nesta sexta-feira (26) inaugurar a abertura de comportas do projeto. Ao lado do ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Rogério Marinho, o presidente acionará o sistema que permitirá a chegada das águas do eixo norte do projeto ao estado do Ceará.

A demora na conclusão do Projeto de transposição do rio São Francisco se arrastava desde 2012, após diversas paralisações com suspeitas de esquemas de corrupção com as delações dos executivos da Odebrecht para a Operação Lava Jato que “vieram comprovar as suspeitas de que um dos objetivos da transposição era a transferência de grandes montantes de recursos públicos para empresas em ‘caixa um’ e ‘caixa dois’ e para políticos em campanhas eleitorais”, diz Ruben Siqueira, coordenador da Comissão Pastoral da Terra – CPT.

Segundo ele, para dar conta dos 14 lotes de construção envolvendo a transposição do Rio São Francisco, “vários consórcios foram constituídos entre empreiteiras”, mas a “Polícia Federal desencadeou investigações que comprovaram fraudes e superfaturamentos em alguns destes consórcios, com envolvimento de políticos e mediação de doleiros.

Desde então, os Governos anteriores haviam adiado por, pelo menos, sete vezes a finalização das obras.  E o pior, o suprimento de água de maneira abundante no semiárido brasileiro ainda custaria mais R$ 1,4 bilhão para ser finalizada, segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional.

Com o reservatório de Jati, na Região do Cariri, já pronto para receber as águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco (Pisf), o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, anunciou em maio, em entrevista no Palácio do Planalto, que o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) deveria ir ao Ceará, quando os recursos hídricos do Velho Chico pudessem chegar ao Estado. A pandemia não afetou a data de previsão para a chegada da água.

“Estamos realmente numa expectativa muito grande que agora em junho estão chegando as águas do São Francisco lá no Ceará e nós vamos resolver um problema de quase 500 anos. Por exemplo, a segurança hídrica de Fortaleza, que nunca mais vai sofrer de falta de água. O presidente provavelmente vai visitar o Ceará e todo o Projeto do São Francisco no meio de junho, e essa é uma obra que vai ficar na memória de todos os nordestinos”, afirmou Marinho.

A chegada das águas ao Ceará estava prevista para março, mas problemas técnicos na barragem de Negreiros, localizada em Salgueiro (PE), atrasaram, outra vez, o envio da água para o reservatório de Milagres (PE) – última barragem a receber as águas da transposição antes do Ceará – para Jati, no Cariri.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), no entanto, os últimos serviços para garantir a funcionalidade do empreendimento até o reservatório de Jati serão concluídos até o final de maio, permitindo que as águas da Transposição cheguem em meados de junho ao Ceará, como anunciou o ministro. Depois disso, o reservatório irá encher e, conforme a Pasta, em agosto a água poderá ser entregue ao Cinturão das Águas (CAC), empreendimento responsável por levar os recursos hídricos de Jati ao Castanhão e que possibilitará o abastecimento de 4,5 milhões de pessoas.

As águas da Transposição vêm para o Ceará por meio do Eixo Norte do Pisf, responsável também por levar os recursos a Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Os trabalhos no Eixo Norte estão em fase final, hoje com 97,44% de execução física.

Fonte: Agência do Brasil (agenciadobrasil.com)

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