A insensatez da OMS diante do vírus chinês

O governo da China não apenas mentiu, dizendo, repetidas vezes, que não havia epidemia nenhuma. Prendeu médicos e cientistas que alertaram sobre o vírus chinês.

*Por J.R. Guzzo

De toda a maciça produção de mentiras, declarações hipócritas e decisões desastrosas, devidas à ignorância ou à má fé, tomadas até agora para enfrentar a epidemia trazida pelo coronavírus, provavelmente nada iguala a estupidez de autoridades e “personalidades” brasileiras em sua insistência de exigir fé religiosa no que diz a Organização Mundial de Saúde. A OMS, um alarmante cabide de empregos que serve de esconderijo, na segurança da Suíça, para marginais que frequentam os galhos mais altos de ditaduras africanas e outros regimes fora-da-lei, é tida no Brasil como “autoridade em saúde mundial”, por “ser órgão da ONU”. Mas a OMS não é uma organização científica. É um agrupamento político a serviço de interesses terceiro-mundistas, antidemocráticos e opostos à liberdade econômica. O resto é pura enganação.

Ainda recentemente ouvimos o presidente do Senado – imaginem só, ninguém menos que essa figura, o presidente do Senado – nos instruir, em tom gravíssimo, das nossas obrigações de seguir em tudo o que a OMS está mandando fazer sobre o coronavírus. É claro que você já sabe o que eles querem: confinamento geral e rigoroso da população, e repressão à atividade econômica. Sem que se saiba direito porque, o ministro Gilmar Mendes, que por sinal andava esquecido com todo esse barulho, entrou no assunto. “As orientações da OMS devem ser rigorosamente seguidas por nós”, disse Gilmar. “Não podemos nos dar ao luxo da insensatez. Obviamente, nem um nem outro têm a menor ideia do que estão falando. Quanto ao chefe do Senado, naturalmente, é exatamente o que se pode esperar. No caso do ministro, a única coisa que faz sentido dizer é o seguinte: insensato, mesmo, é ouvir o que a OMS diz sobre saúde, por cinco minutos que sejam.

Questão de ponto de vista? Nem um pouco. É uma pura questão de fatos. Vamos a eles. Durante quatro semanas inteiras, ainda em dezembro de 2019, com o vírus deitando, rolando e matando à vontade, o governo da China se recusou a admitir a existência de qualquer problema na cidade de Wuhan, o berço desse pesadelo. Não se tratava de nenhuma discussão acadêmica – era um caso de polícia secreta, como é comum acontecer em ditaduras quando aparecem problemas com os quais o governo não sabe lidar. O governo da China não apenas mentiu, dizendo, repetidas vezes, que não havia epidemia nenhuma. Prendeu médicos e cientistas que alertaram sobre o vírus.

Pesquisadores sumiram e nunca mais foram vistos até hoje. Laboratórios onde faziam seus estudos sobre o coronavírus foram destruídos. Provas materiais da existência do vírus foram confiscadas pelo governo e desapareceram. Todas as opiniões e conclusões diferentes das aprovadas pelo governo foram proibidas; passaram a ser consideradas “crime”. A China insistiu, até o último minuto, em permitir voos internacionais e em recomendar que os homens de negócio estrangeiros – da Itália, por exemplo – continuassem vindo para o país.

E qual foi, desde o início, a posição da OMS? Dar apoio cego a tudo o que o governo da China determinou. Qualquer dúvida quanto à epidemia foi considerada como “preconceito” e “racismo”. A proibição de viagens à China por parte dos Estados Unidos foi oficialmente condenada pela OMS. Qualquer advertência sobre os riscos do coronavírus foram classificados como “agressão econômica” pelo órgão encarregado de cuidar da saúde do mundo. Até o dia 11 de março, meras três semanas atrás, a OMS se recusou a declarar a existência de uma situação de “pandemia”. E quem é o diretor-geral da OMS? Um político etíope, Tedros Adhamon Ghebreyesus, que faz parte do grupo que instalou, anos atrás, uma ditadura selvagem na Etiópia, e se mantém no poder até hoje. Como “ministro da Saúde” do regime, foi acusado de ocultar uma epidemia de cólera em seu país – pelo jeito, é uma de suas inclinações. E quem foi que colocou esse Tedros no comando da OMS? A China, usando de toda a sua influência dentro da ONU.

Mas precisamos obedecer à OMS, não é mesmo? O presidente do Senado, o ministro Gilmar e a mídia que imagina saber das coisas nos dizem que eles são a autoridade número 1 da saúde mundial. Eis aí o Brasil ignorante, subdesenvolvido e destinado, sempre a ser o último a saber.

*José Roberto Guzzo, mais conhecido como J.R. Guzzo, é um jornalista brasileiro, diretor editorial do grupo EXAME e colunista das revistas EXAME e VEJA, integrando ainda o Conselho Editorial da Abril.

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