Riva cita juízes, deputados e promotores…
A delação premiada do ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (sem partido), foi homologada nesta quinta-feira (20) pela Justiça Estadual, em decisão homologada pelo desembargador Marcos Machado.
Chamada de delação ‘monstruosa’, Riva envolve 38 deputados e ex-deputados nos esquemas de pagamento de propina dentro da Assembleia Legislativa. Riva contou esquemas também de compra de votos para a Mesa Diretora, compra de apoio da governabilidade e de cadeira no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE).
Com a homologação, Riva passa a ser um colaborador da Justiça e precisa contar sempre que solicitado tudo que sabe, inclusive, em Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Em troca, terá benefício nas condenações.
Na delação, Riva entregou 57 caixas à Justiça. Além do volume de documentos, o ex-parlamentar também entregou conteúdos multimídias em pendrive. Tudo isso para provar o que foi dito na delação premiada. O conteúdo que Riva contou está sob sigilo.
“O conteúdo da colaboração envolve supostas condutas ilícitas atribuídas a ex-parlamentares e gestores, ocupantes de mandatos e cargos públicos e servidores públicos, além de empresários e pessoas jurídicas, que formaram quadrilha, posteriormente associação e aparente organização criminosa ao longo de mais de duas décadas, institucionalizando a corrupção nos poderes Legislativo e Executivo, a ponto de alcançar, em tese, membros do Poder Judiciário, em que pese as inafastáveis garantias do contraditório e da ampla defesa, em processos administrativos e judiciais, na forma da lei”, disse o desembargador ao homologar a colaboração de Riva.
Marcos Machado também destacou que Riva decidiu fazer colaboração sem qualquer ameaça, mas com total liberdade. O acordo começou a ser firmado em dezembro de 2019.
Fonte: GD (Thiago Andrade e Pablo Rodrigo)