Salles fala em derramamento criminoso de óleo: ‘Investigação busca navio responsável’

Segundo o ministro, custos com retirada do óleo já chegam na casa das “dezenas de milhões reais”

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, confirmou, nesta quinta-feira (10), a suspeita de que o óleo que tem atingido as praias do Nordeste seja mesmo venezuelano. Em entrevista ao Jornal da Manhã, ele explicou que a única alternativa é que o derramamento tenha sido criminoso as investigações estão se afunilando em busca no navio responsável.

“Desde o início, quando teve a primeira mancha, iniciou-se um processo de varredura, que tem por objetivo estabelecer quais são as possíveis fontes. As possibilidades giravam em torno de um afundamento de navio, um vazamento de plataforma ou um derramamento criminoso. Vazamento não é, uma vez que nossas plataformas não tem esse tipo de petróleo, já está determinado que o óleo não é brasileiro. Afundamento, não se tem notícias, portanto só pode ter sido um derramamento ou uma transferência de navio para navio”, diz.

De acordo com Salles, para conseguir punir os responsáveis pelo que já chama de crime ambiental, é preciso identificar o responsável pelo transporte da carga. “Seja venezuelano ou não, o que parece ser, o que importa é quem está transportando, qual o contratante, quem são os responsáveis pelo crime ambiental. Uma vez identificado esse navio, a bandeira, o transportador, já podemos atribuir a responsabilidade, inclusive criminal, em razão do acidente”, afirma.

Ele explica que, para encontrar a fonte do crime, está sendo feito um rastreamento dos navios que circularam na costa brasileira. “E aí vai se afinando, através dessa análise de navios que passaram pela costa naquele período, quais passaram, por exemplo, em portos com petróleo compatível com o que foi encontrado.. Aí você vai reduzindo o escopo de quais são os navios possíveis de terem ocasionado o vazamento, seja por transferência ou propriamente dito.”

Limpeza das praias

O ministro afirma que aviões e helicópteros do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), além de equipes em solo colhendo material, com caminhonetes e caminhões, já conseguiram retirar 130 toneladas do produto. O problema é que, segundo ele, é impossível saber a dimensão do problema. “É um óleo mais pesado que o liquefeito normal, aquele mais fluido. Esse é uma borra, pesada e densa, que fica submersa na água, então os aviões com radares não conseguem captar. Só vemos quando toca a costa, na areia ou em pedras”, explica.

“Já retiramos 130 toneladas, mas não sabemos quando ainda pode estar no mar”, ressalta, lembrando que o óleo fica abaixo do nível da água. “Depois de recolhido, enviamos para o aterro de produtos químicos controlados. Não é possível ser reaproveitado. Tem que ser tratado para reutilizar”, continua.

De acordo com Salles, os custos das operações devem alcançar as “dezenas de milhões de reais”.

Fonte: Jovem Pan

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