Witzel defende política de segurança do RJ e critica uso ‘eleitoreiro’ da morte de Ágatha

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), lamentou nesta segunda-feira (23) a morte da menina Ágatha, de 8 anos, atingida por uma bala perdida na Fazendinha, no Complexo do Alemão. No entanto, ele afirmou que o caso “não é motivo para contestar toda a política de segurança pública” da cidade e defendeu que a oposição não o transforme em “palanque eleitoral”.

“Que a oposição não faça disso um escárnio na sociedade que impeça o Brasil de continuar avançando. Tenho certeza que estamos no caminho certo, e o futuro será bem melhor que o presente”, disse em entrevista coletiva no Palácio da Guanabara.

A entrevista ocorreu quase três dias após a morte da criança, que levou um tiro nas costas na noite de sexta-feira (20) enquanto estava dentro de uma kombi, acompanhada da avó. Witzel declarou que passou o final de semana conversando com autoridades, como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Na coletiva, o governador ficou com a voz embargada ao falar da morte da menina e defendeu que “não é um desalmado”, mas que “não pode parar toda a política de Estado por causa de um caso assim”.

“A dor de uma família não se consegue expressar. Eu também sou pai e tenho uma filha de 9 anos. Não posso dizer que sei o tamanho da dor que os pais da menina estão sentindo. Jamais gostaria de passar por um momento como esse. Tem sido difícil ver a dor das famílias que tem seus entes queridos mortos pelo crime organizado. Eu presto minha solidariedade aos pais da menina Ágatha. Que Deus abençoe o anjo que nos deixou”, disse.

Governador comemorou “diminuição das mortes”

O governador citou diversas vezes a queda dos índices de criminalidade desde que assumiu o governo do Rio, em 2018. Balanço divulgado recentemente mostrou que os homicídios dolosos diminuíram 21%, com 744 mortes a menos nos primeiros oito meses do ano, menor índice para o período desde 2013.

Na soma de homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte, houve uma redução de 789 mortes no estado este ano na comparação com o período de janeiro a agosto do ano passado. Entretanto, um dado apresentado na última quinta-feira pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) apresentou uma alta de 16,2% nas mortes por intervenção de agentes do Estado em relação aos oito primeiros meses de 2018, uma média de cinco por dia.

Witzel comemorou os resultados, que descreveu como “satisfatórios e significativos”, e atribuiu à violência no Estado aos “narcoterroristas” e ao crime organizado. “Usam a comunidade de escudo, atiram nos policiais e nas pessoas. Se não forem contidos vão continuar”, justificou. Ele disse, ainda, que reafirmou ao ministro Sergio Moro a necessidade de integrar a Polícia Civil e a Polícia Federal para maior investigação dos crimes de tráficos de drogas e armas.

Witzel elogiou resultados 

O governador voltou a pedir “rigor nas investigações”, mas afirmou que “confia no trabalho das instituições democráticas – Polícia Civil, Polícia Militar e Ministério Público”. De acordo com ele, todos os casos que chegam têm sido investigados.

Witzel também defendeu o pacote anticrime e a excludente de ilicitude. “Tenho minha opinião pessoal que a excludente de ilicitude nós poderíamos continuar exatamente como estamos, no artigo 25 do Código Penal, mas toda lei que vem para aclarar, para melhorar a interpretação judicial é bem vinda e assim o é a proposta do ministro Sérgio Moro, do artigo 25 do Código Penal, onde acrescenta 2 incisos”, declarou.

Ele pontuou que a sua intenção é dar condições para que a polícia possa atuar, e não “dizer como e onde agir”. “Eu preciso cobrar resultados e eles estão apresentando resultados nunca antes apresentados. Estou satisfeito. Não há motivo para que um fato isolado seja motivo para contestar tudo que vem sendo apresentado”, finalizou.

Fonte: Jovem Pan

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