Greenwald faz militância travestida de jornalismo e tem quem acredite

Glenn Greenwald, fundador do The Intercept, tem sua postura jornalística criticada por comentarista


*Por Rodrigo Constantino

Se uma fonte entrega material de interesse público a um jornalista, ele tem o direito de torna-lo público. É uma decisão editorial, claro, e há motivos de sobra para decidir não publicar também. Mas se há uma coisa que não está entre as possibilidades do jornalismo sério é justamente filtrar trechos, publicar vazamentos seletivos a conta gotas, sequer escutar as partes mencionadas. Isso é militância partidária ou até cumplicidade no crime, mas jamais jornalismo sério.

Não obstante, o militante ideológico Glenn Greenwald, que reclamava em julho de 2018 que a mídia tinha pouca capacidade para “bater” em Bolsonaro, que acha que a prisão de Lula foi um “golpe”, que compartilha tweet do socialista Bernie Sanders elogiando Lula, esse mesmo Greenwald, fundador do site The Intercept, justificou essa decisão de publicar aos poucos o material a que teve acesso com base na desculpa do bom jornalismo:

“Publicamos *4 artigos complexo*, com muita evidencia, so 3 dias atrás. Entendo que pessoas querem mais, mas precisa nos dar tempo e espaço pra fazer jornalismo certo. Se errarmos, isso não ajudará a informar o público, e eles vão usar isso pra sempre. Tudo será dito. Eu prometo.”

É o ápice da cara de pau! O sujeito fez um vazamento seletivo, deu até aqui um tiro de festim enquanto anunciou uma bomba atômica, e ainda chama isso de jornalismo certo, de prudência? A quem ele quer enganar? Além disso, como apontou O Antagonista, Greenwald acabou se entregando ao falar de proteger sua fonte, que antes era tratada como anônima. Não é mais?

Greenwald tem feito declarações de que é favor do combate ao crime e quer aperfeiçoar a Lava Jato, não destrui-la. Mas é balela. Ele já deixou claro em outras situações que condena não os supostos excessos, mas toda a operação, pois é fã de Lula, um bandido julgado, condenado e preso.

Mas fazer críticas ao “jornalismo” de Greenwald é pecado para a esquerda. A cultura do diploma, da carteirada, do apelo à autoridade é uma vergonha em nosso país. Vários questionam quem você é para criticar Greenwald, que tem um Pulitzer. Como se um prêmio anulasse sua militância disfarçada de jornalismo! Sabem quem também ganhou um Pulitzer, como lembrou Alexandre Borges? Walter Duranty do NYT, o amigo do Stálin que de 1922 a 1936 mentia para o Ocidente escondendo os horrores da URSS no seu período mais sanguinário. Jornalismo? Sei…

Fonte: Jovem Pan

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