*Por Alexandre Borges
Fernando Haddad perdeu a oportunidade de refletir sobre seu próprio desempenho como comandante da educação
O governo Bolsonaro herdou um país com problemas seríssimos em todas as áreas e a educação não é exceção.
Estamos na parte de baixo da tabela de todos os levantamentos que medem o desempenho dos estudantes do país, nossas universidades não costumam ser reconhecidas entre as cem melhores do mundo, um problema histórico e complexo que vai exigir ainda muitos anos de boas decisões e uma união nacional para que o país dê a volta por cima e pare de passar vergonha em termos educacionais, com reflexos diretos na produção de patentes e inovação, na produtividade do trabalho e na capacidade do país de formular idéias para encarar seus maiores desafios.
Nas manifestações de ontem, que criticavam um governo que está no poder há cinco meses entre um grito de Lula Livre e outro, pareciam ter esquecido de cobrar seu adversário na eleição do ano passado.
O petista Fernando Haddad foi ministro da educação durante intermináveis sete anos, de 2005 a 2012, tendo sido nomeado por Lula e depois mantido no cargo por Dilma.
O ex-ministro da educação do PT declarou recentemente apoio às manifestações, entre uma obviedade e outra como dizer “um país que se sonha grande precisa de uma educação de qualidade”. Fernando Haddad perdeu a oportunidade de refletir sobre seu próprio desempenho como comandante da educação no país por muitos e muitos anos.
Como ministro, Haddad não pode reclamar de falta de dinheiro. Durante sua gestão, o orçamento da pasta triplicou, de dezenove para incríveis sessenta e cinco bilhões de reais por ano, mas o volume de dinheiro colocado na sua mão praticamente não se refletiu na melhoria dos números educacionais do Brasil.
Entre outros problemas, destacam-se também as trapalhadas no ENEM, com repetidos casos de vazamentos de gabaritos, roubo de provas na gráfica, erros de impressão e a politização de muitas questões da prova.
Os especialistas em educação concordam que, mesmo com orçamento de primeiro mundo nas mãos, Fernando Haddad continuou a entregar para o país uma educação de terceiro mundo. E não foi em cinco meses, mas em quase sete anos.
O Brasil tem todo direito de lutar por uma educação melhor, mas Fernando Haddad é um dos poucos brasileiros que não pode dizer que não tem nada a ver com isso. É muita falta de educação.
Fonte: Jovem Pan