Ao unir a capoeira e Tereza de Benguela em um mesmo marco comemorativo, o Estado constrói uma ponte entre passado e presente
No dia 25 de julho, o Estado de Mato Grosso celebra oficialmente o Dia Estadual do Capoeirista, instituído pela Lei nº 12.426/2024 da Assembleia Legislativa (ALMT). A data marca um avanço histórico no reconhecimento da capoeira como uma expressão cultural, educativa e ancestral, profundamente enraizada na identidade do povo mato-grossense.
A escolha da data não é por acaso. Ela homenageia também o legado de Tereza de Benguela, rainha do Quilombo do Piolho, símbolo de resistência, liderança e organização no coração de Mato Grosso. Ao unir a capoeira e Tereza em um mesmo marco comemorativo, o Estado constrói uma ponte entre passado e presente, reforçando a importância dos nossos ancestrais na construção de uma cultura de liberdade, luta e dignidade.
Capoeira e ancestralidade em evidência
Em sintonia com esse espírito, o vice-presidente da Federação Matogrossense de Capoeira (FMTC), Mestre Wanderson Sapo, está à frente da realização do Festival Tereza de Benguela, que acontece de 24 a 28 de julho no município de Sorriso – MT. O evento celebra a data com atividades culturais, rodas de capoeira, palestras e momentos de valorização da memória afro-brasileira.
O ponto alto do festival será a formatura da Mestra Luciana, a segunda mulher a conquistar o título de Mestra de Capoeira em todo o Estado de Mato Grosso — um marco de representatividade, perseverança e superação. Esse feito histórico fortalece ainda mais o papel das mulheres na capoeira e nas lutas sociais.

Patrimônio imaterial e política cultural
Em consonância com esse movimento, a ALMT também aprovou a Lei nº 12.349/2023, que reconhece as artes marciais como patrimônio cultural imaterial do estado, incluindo a capoeira. Essa lei reforça a importância de fomentar práticas que unem saúde, cultura e cidadania, reconhecendo mestres, grupos e projetos que usam a capoeira como ferramenta de transformação social.
Um novo patamar para a capoeira
“Celebrar o Dia do Capoeirista em 25 de julho é muito mais do que um ato simbólico: é um resgate histórico e cultural que conecta a força de Tereza de Benguela à vibração das rodas de capoeira. É exaltar o passado para transformar o presente. Com iniciativas como o Festival em Sorriso, liderado por Mestres comprometidos como Wanderson Sapo e Veto, a capoeira de Mato Grosso avança, se organiza e se firma como expressão maior de ancestralidade, resistência e futuro.”
A capoeira, hoje, não apenas joga e canta: ela educa, emancipa e constrói. Ao integrar-se oficialmente ao calendário estadual, e com ações concretas como a formação de novas mestras e a realização de festivais temáticos, a capoeira de Mato Grosso entra em um novo ciclo — mais visível, mais forte e cada vez mais enraizada na luta dos que vieram antes de nós.