Presidente da Câmara dá ultimato na LOCAR por falhas na coleta de lixo em Várzea Grande

Empresa contratada por R$ 31 milhões é cobrada por atrasos, e vereadores ameaçam romper contrato

A crise na coleta de lixo em Várzea Grande atingiu novo patamar na ultima terça-feira (20), quando o presidente da Câmara Municipal, vereador Wanderley Cerqueira, deu um ultimato público à empresa LOCAR. Contratada por R$ 31 milhões, a prestadora de serviços tem sido alvo de críticas constantes da população e de parlamentares, que denunciam falhas sistemáticas na execução da coleta domiciliar. Cerqueira anunciou um prazo de 60 dias para melhorias efetivas, sob pena de medidas drásticas, como a rescisão contratual.

A vereadora Gisa Barros foi a primeira a subir à tribuna para relatar que moradores do bairro Ouro Verde estão há pelo menos 15 dias sem coleta. Após receber vídeos e mensagens, ela acompanhou pessoalmente uma operação em outro bairro, mas reforçou que as reclamações seguem em vários pontos da cidade. Por meio de requerimento, solicitou à LOCAR um relatório com a quantidade de lixo recolhido desde janeiro, valores recebidos e notificações aplicadas até o momento.

A situação crítica também foi pauta de reunião realizada no bairro São Simão, com a presença da prefeita Flávia Moretti, presidentes de bairro e vereadores. Na ocasião, a chefe do Executivo confirmou que se reuniu com a LOCAR no fim de abril e também estipulou o mesmo prazo de 60 dias para a regularização dos serviços. A empresa se comprometeu a integrar 12 novos caminhões à frota e a instalar sistema de rastreamento GPS nos veículos para permitir o monitoramento em tempo real das rotas e frequência de coleta.

A prefeita anunciou que o monitoramento será público e compartilhado com os presidentes de bairro, permitindo que eles acompanhem diretamente o desempenho da empresa. “O caminhão que passa na rua da direita tem que passar na da esquerda também. Com o GPS, vamos saber se isso está ocorrendo. Transparência total”, afirmou Flávia Moretti. A medida visa dar fim às dúvidas sobre o cumprimento do cronograma e trazer mais controle social à prestação do serviço.

Outra frente de ação anunciada foi a implantação de ecopontos em regiões críticas da cidade, como Guarita, São Mateus e Jacarandá, onde o descarte irregular se tornou crônico. A iniciativa tem respaldo no Projeto de Lei nº 4.259/2017, de autoria do ex-vereador Ivan dos Santos, que propõe a criação de espaços estruturados para o descarte adequado de resíduos, além de fomentar a economia circular com apoio a pequenos catadores.

Segundo dados do Painel Saneamento Brasil, apenas 3,5% dos resíduos sólidos urbanos gerados em Mato Grosso em 2023 foram destinados à reciclagem. Várzea Grande, com quase 300 mil habitantes, produz cerca de 270 toneladas de lixo por dia, segundo a Secretaria Municipal de Serviços Públicos. A falta de eficiência na coleta compromete não apenas o bem-estar da população, mas também a saúde pública e o meio ambiente.

Fonte: MT é notícia – mtenoticia.com.br

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