Por Arlete Caetana Santana
Pouca gente percebeu o que realmente aconteceu quando o novo Papa foi anunciado. Um Papa americano? Parecia improvável. Impossível, até. Mas para quem acompanha os bastidores da geopolítica, não foi surpresa — foi sinal. O mundo vive sob tensão. E há um medo específico que ronda o Ocidente: o medo de Donald Trump. Um medo que não é apenas político, mas simbólico. Ele representa o rompimento com a velha ordem global. Representa soberania, confronto direto, e uma ruptura irreversível com o discurso progressista que domina as cúpulas europeias e sul-americanas.
Estando na Europa, vejo esse medo nos olhos, nos comentários, nos salões elegantes onde todos falam em “democracia”, mas tremem diante da ideia de Trump no poder novamente. É por isso que a eleição de um Papa americano não é um detalhe — é uma resposta. A Igreja, com seu poder milenar, entrou no jogo de contenção.
Escolheram um Papa americano porque, se o mundo mergulhar numa nova era de conflitos — políticos, culturais ou espirituais —, será preciso ter um “outro” americano, mais palatável, com quem os líderes globais possam contar. Um contrapeso dentro da própria América. Um freio interno, um canal diplomático espiritual, uma forma de dizer: nem todo americano é Trump. Mas aqui está o erro estratégico: Trump não se dobra. E ele já sabia.
Quando ele apareceu na internet vestido com as vestes papais num meme viral, muitos riram. Eu não. Aquilo era um aviso silencioso. Uma mensagem para os que compreendem símbolos: ele sabe o que estão tentando fazer. E sabe que o palco espiritual agora também faz parte da guerra. Estamos diante de uma divisão inédita: um americano com a espada da política versus um americano com o cálice da Igreja. Mas quem governa realmente? Quem manipula a narrativa? Quem controla o destino?
A resposta ainda está em movimento. Mas uma coisa é certa: o povo que observa com olhos atentos, como eu e você, já entendeu. O mundo mudou — e muitos ainda nem perceberam.
Fonte: Rede X