Bunker dos R$ 51 milhões: STF julga Geddel Vieira Lima e irmão nesta terça

Além do irmão do ex-ministro de Temer, a mãe deles, Marluce Vieira Lima, também será julgada na ação penal 1030. Geddel segue preso desde setembro de 2017

Malas de dinheiro encontradas em apartamento de Geddel Vieira Lima, em Salvador

O ministro Edson Facchin, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para terça-feira (24) o julgamento do caso do bunker dos R$ 51 milhões em dinheiro vivo encontrado em um apartamento em Salvador, atribuído ao ex-ministro Geddel Vieira Lima e seu irmão, Lúcio Vieira Lima, no âmbito da Operação Tesouro Perdido, deflagrada em 2017.

O julgamento acontecerá na segunda turma do Supremo, formada pelos ministros Edson Facchin, Carmen Lúcia, Celso de Mello, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. A sessão está prevista para começar às 14 horas e cada parte, incluindo defesas e Ministério Público Federal (MPF), terá uma hora para se pronunciar. Serão julgados os atos ilícitos praticados por Geddel, seu irmão, Lúcio, e sua mãe, Marluce Vieira Lima.

De acordo com o relatório, são atribuídos aos três os crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Facchin também destaca no documento que os irmãos e a mãe “ocultaram ou dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de valores provenientes de crimes antecedentes, obtendo, para tal desiderato, o auxílio de Gustavo Pedreira do Couto Ferraz e Job Ribeiro Brandão”. Ferraz e Brandão atuavam como secretários parlamentares, na ocasião. Em agosto, Facchin negou pedido da defesa de Geddel para revogação de sua prisão preventiva, que segue preso desde 8 de setembro 2017, no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

De acordo com a denúncia apresentada pela MPF, a lavagem de dinheiro acontecia a partir de três grupos: repasse de R$ 20 milhões de de Lucio Funaro a Geddel, oriundos de corrupção na Caixa Econômica Federal; vantagens indevidas de quase R$ 4 milhões pagas pela Odebrecht e recebidas por Geddel e Lúcio e  apropriação de até até 80%, por parte de Geddel, Lúcio e Marluce, das remunerações pagas pela Câmara dos Deputados aos secretários parlamentares.

Facchin também destacou que Brandão, a mando do ex-ministro e de seu irmão, e com aval de Marluce, foi até a Odebrecht por nove vezes e recebeu dinheiro vivo das mãos de Maria Lúcia Tavares, secretária do departamento de propina da empreiteira, e transportou para o apartamento de Marluce, para que ali o dinheiro fosse ocultado. Couto Ferraz também transportou valores recebidos de Eduardo Cunha, em São Paulo, diretamente para a capital baiana, local onde reside a família de Geddel.

A denúncia apresentada pelo MPF também afirma que Geddel teria recebido diretamente de Funaro a quantia de R$ 20 milhões, dos quais R$ 11 milhões teriam sido entregues em 11 ocasiões diferentes, entre 2014 e 2015, no hangar da empresa Aero Star, localizada no Aeroporto Internacional de Salvador. “Seja por operadores, seja diretamente por Geddel, valores milionários que foram ocultados na residência de Marluce para fins de lavagem de dinheiro”, afirma a denúncia.

Bunker de Geddel

Para o MPF, como forma de consolidar a “grande lavagem”, em janeiro de 2016 a família Vieira Lima determinou o transporte de R$ 42.643.500,00 e de U$ 2.688.000,00, que estavam armazenados no closet da residência de Marluce, para o apartamento n. 202 da Rua Barão de Loreto, n. 360, Edifício Residencial José da Silva Azi, no Bairro Garça, em Salvador.

Ainda no mesmo ano, providenciou-se, segundo a denúncia, nova mudança dos valores para o apartamento vizinho, de n. 201, e lá ficou armazenado em diversas malas e caixas até setembro de 2017, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Tesouro Perdido e desmantelou o “bunker de Geddel”.

Fonte: Jovem Pan

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