O Brasil não será um país de direita

Por Felipe Fiamenghi

É horrível dizer isso, mas é a verdade. Se for, um dia, nós não estaremos aqui para ver. A questão brasileira vai muito além da política. É cultural. E a cultura não muda com uma simples troca de governo.

Estamos acostumados com o Estatismo, com as benesses de um governo paternalista. Queremos mercado livre com previdência pública; Queremos menos impostos com saúde gratuita; Queremos liberdade com agências reguladores zelando pelos nossos “direitos”; Queremos pleno emprego com 13º, férias, FGTS… Queremos TUDO, não conseguimos nada.

Qualquer coisa, nesta vida, tem ônus e bônus. Com a direita não é diferente. Não existe “american dream” com jeitinho tupiniquim.

O brasileiro aprendeu a não assumir a responsabilidade. Reclamamos, xingamos, brigamos, mas não mudamos nunca.

Queremos, sim, liberdade. Nos deslumbramos quando vemos, nos outros países, os preços dos carros, da gasolina, das roupas de grife, dos aparelhos eletrônicos. Queremos pagar 500 pratas em um iPhone, 30.000 em um BMW. Mas queremos, também, universidades federais, sistema único de saúde, aposentadoria bancada pelo governo. É nosso “direito”.

Nós não aprendemos, nem com muita porrada, que NÃO EXISTE ALMOÇO GRÁTIS. Tudo, absolutamente TUDO, que o governo nos “dá”, foi pago. Invariavelmente, custou muito mais do que um serviço muito melhor na iniciativa privada.

O problema do populismo é que esse “desensina”. Não sabemos poupar, investir, cuidar dos nossos próprios interesses. Somos dependentes. Nós, com o Estado, somos como a mulher que abdicou da individualidade “por amor” e depois aguenta abusos, calada, por medo de passar fome sem o seu algoz.

Odiamos nosso carrasco, mas não o abandonamos.

Toda a discussão acerca da previdência vai muito além desta simples reforma. É uma questão de educação.

Somos ensinados, desde pequenos, que o mercado financeiro é um monstro, onde só os ricos malvadões sobrevivem, roubando o dinheiro dos pobres que se aventuram por lá.

A consequência é vista nos números. Apenas 2% dos brasileiros tem algum investimento no mercado de capitais, contra mais de 60% dos americanos, por exemplo.

Enquanto os filhos do Tio Sam cuidam dos próprios futuros, nós ficamos nos descabelando, implorando para que os corruptos que nós elegemos, repetidas vezes, entrem em acordo e nos deem algumas migalhas.

Enquanto esperarmos que o Estado tudo nos dê, seremos obrigados a aguentar os abusos do mesmo. Não adianta sermos utópicos. Não adianta sonharmos com o mundo perfeito. Preferimos pagar, reclamando, o custo desta máquina podre, do que assumirmos a responsabilidade por nossos próprios destinos. Liberdade é algo muito valioso E CUSTA CARO. Ainda não estamos dispostos a pagar o seu preço.

“Não espere que o governo tenha a solução dos problemas. O governo é o problema.” (REAGAN, Ronald)

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